Há um grupo de novas tecnologias nas quais os varejistas veem grande chance de vingarem. Fazem parte desse grupo as formas de pagamento instantâneo que eliminarão intermediários da cadeia de provedores financeiros para o varejo (73,2% de chance), big data (68,8%) e inteligência artificial (66,1 %). Acreditam também que surgirão no Brasil os super apps, como o WeChat na China, originalmente um aplicativo de mensagens (similar ao WhatsApp), que evoluiu para um ecossistema que permite aos consumidores chineses conversar, navegar e efetuar pagamentos, tudo em um só lugar (66,0% de chance).

Com probabilidade média de acontecer, os entrevistados vislumbram a tecnologia 5G, cem vezes mais rápida que a 4G, estará disponível nas capitais brasileiras nos próximos três anos (62,7%). Acreditam também que o uso de realidade virtual será comum (59,7% de chance) e que o acesso à banda larga (internet rápida) atingirá a maioria da população brasileira (57,8%).

Apesar de bastante otimistas em relação à difusão de novidades tecnológicas, quando perguntados se a loja autônoma, sem funcionários, no estilo Amazon Go será comum, apostam em uma probabilidade mais baixa de que venha a acontecer no país (39,0%).
Para fechar a impressão geral sobre tecnologia no varejo, lhes foi perguntado quanto acreditavam que seria o percentual das vendas por e-commerce nas vendas totais do setor no qual atuam. O valor ficou em 35,8%. Se isso acontecer, nos próximos 3 anos o varejo online no Brasil será, no mínimo, multiplicado por 4.

Os varejistas entrevistados acreditam fortemente (70,5% de chance) que os ecossistemas de negócios, no estilo Amazon e Alibaba, terão presença forte no Brasil. O Magazine Luiza e o Mercado Livre já fazem movimentos fortes nesse sentido e são representantes desse movimento.
Igualmente a possibilidade das fintechs concorrerem com os bancos tradicionais é vista como altamente provável pelos entrevistados (69,6% de chance). Nubank e Creditas seriam alguns exemplos desse tipo de empresa atuando no mercado.
Os efeitos da pandemia na configuração das áreas de influência das lojas e na vocação das regiões serão bem significativos. Uma grande parcela dos varejistas (64%) já visualiza que áreas como a Berrini ou Avenida Paulista, para citar exemplos paulistanos, poderão perder fluxo devido à consolidação do home office como alternativa de trabalho. A pergunta que fica é: o que fazer com esses pontos comerciais? Os restaurantes, cheios na hora do almoço, voltarão a ser frequentados? Os shoppings, que se beneficiavam do fluxo do almoço, poderão compensar essa perda de outra forma? As respostas ainda não estão disponíveis, mas os questionamentos incomodam os varejistas.
A distribuição direta pela indústria, a exemplo das lavanderias Omo em serviços ou da Natura e Granado com suas lojas próprias, é vista com probabilidade média (48,4%).
